3º Mundial de Jiu-Jitsu: o show de Sperry e Saulo e as homenagens a Hélio e Carlson

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Hélio Gracie recebeu a homenagem das mãos dos filhos Rickson e Royce

Depois do sucesso das duas primeiras edições do Mundial, o presidente da Confederação Carlos Gracie Jr. voltou a lotar o Tijuca Tênis Clube no último final de semana de Julho de 1998. Além dos maiores nomes da Arte Suave, que mais uma vez travaram grandes combates, Carlinhos usou seu talento aglutinador e foi buscar dentro da própria família duas atrações que marcaram esta terceira edição: seu irmão Carlson Gracie e seu tio Hélio Gracie, que inicialmente não tinham apoiado a ideia do mundial.

Carlson, que no ano passado deixou sua equipe entrar com o nome de protesto, neste ano aceitou o convite do irmão para ser o responsável pela coordenação de segurança da área do evento. Já Hélio Gracie, foi convidado para receber uma placa entregue por seus filhos, Rickson e Royce, naquele momento os maiores ídolos mundiais do Jiu-Jitsu, e se emocionou ao ver 4 mil gritarem seu nome.     

A jogada de mestre de Carlinhos foi coroada por grandes exibições. Como a de Saulo Ribeiro que venceu Murilo Bustamante e Fabio Gurgel e faturou o ouro no pesado; de Mario Sperry que fez dois clássicos com Roleta e faturou o ouro no absoluto; de Robson Moura e Royler Gracie faturando o tri; Léo Vieira vencendo a revanche de 97 contra Feitosa; Fernando Tererê roubando a cena na faixa roxa faturando peso e absoluto e garantindo o título geral pra Alliance; Ricardo Arona que apareceu pela primeira vez faturando seu primeiro titulo mundial (ouro no meio pesado roxa) e do desconhecido havaiano chamado BJ Penn que faturou a prata na faixa azul pena. E por falar em lendas do MMA, Minotauro e Paulo Filho também competiram na faixa marrom.

Hélio Gracie recebeu a homenagem das mãos dos filhos Rickson e Royce

Texto e reportagem Marcelo Alonso e Luciano Andrade, Fotos Marcelo Alonso 

Curiosamente sempre que lembro das primeiras edições do mundial me vem à cabeça não só a maratona de mais de 30 horas de trabalho fotografando, coletando depoimentos para escrever a matéria na semana subsequente, junto com meu parceiro Luciano Andrade, mas principalmente os acalorados debates com toda a equipe na redação na segunda subsequente. De posse das fotos reveladas e dos resultados precisávamos decidir em poucas horas quem merecia a capa da Tatame. No primeiro Mundial, quando ainda cobria o evento sozinho, o dilema estava entre a raspagem de Roleta em Wallid e a vitória de Libório sobre Castello no absoluto (minhas duas melhores fotos). O fato de o absoluto ser a categoria mais importante e Roleta ser da Gracie Barra, academia ligada a nossa concorrente, levou Libório a capa. Na segunda edição a briga foi entre Amaury Bitetti (campeão absoluto) e Royler Gracie (campeão do peso e semifinalista do absoluto). Mesmo perdendo de Amaury na semifinal decidimos unanimemente que Royler merecia mais pelo conjunto da obra (finalizou quase todas no peso e pegou o pior lado da chave do absoluto). Mas neste caso, como ainda fotografava sozinho e não tinha nenhuma foto “capável” da luta, tive que produzir a capa com Royler no meu estúdio na semana subsequente. 

Neste terceiro mundial, já como editor da Tatame e com o reforço dos colegas fotógrafos Alexandre Vidal e Fernando Azevedo e do black belt Luciano Andrade na reportagem a briga pela capa ficou entre Saulo Ribeiro (campeão do pesado) e Mario Sperry, campeão do absoluto. Neste caso pesou a favor de Saulo o “tamanho” das lendas que ele venceu para chegar ao ouro: Murilo Bustamante na semifinal e Fábio Gurgel na final. Curiosamente Sperry ganharia a capa sete edições mas tarde, na 2º edição do ADCC, mas neste terceiro mundial não tínhamos como não coroar Saulo Ribeiro.        

O atleta da academia Gracie Humaitá passou por Murilo numa luta muito dura, disputada 90% do tempo em pé e decidida no photochart, no caso uma vantagem conseguida no fim da luta, que terminou com o placar de 0x0. Pela outra chave, Gurgel não teve moleza para passar por Bruno Severiano, que apesar de estar com apenas 81 kg, lutou no pesado e teve boa participação. Na final, outra disputa duríssima, decidida por Saulo com uma linda queda.

ZÉ MÁRIO É O NOME NO ABSOLUTO

Os dois combates antológicos entre Zé Mário (até então com apenas uma derrota no currículo) e Roberto Magalhães, o “Roleta”, formaram outro capítulo emocionante deste 3º mundial. O primeiro foi de cara na categoria super-pesado e o atleta da Gracie Barra acabou levando a melhor sobre “Zé Máquina”. A luta foi muito polêmica, terminou empatada por 0x0 nos pontos, mas Roleta fez quatro vantagens contra apenas três de Zé Mário e acabou levando a melhor. “O que mais faltava para aquilo ser ponto? Eu tava por baixo, raspei e caí nas costas dele com as duas mãos na gola. Para mim e para mais da metade do estádio foi ponto. Eu fiquei esperando o Bita dar os pontos e não acreditei no que vi”, declarou Zé Mário, indignado com o resultado da luta. De qualquer maneira, quem seguiu em frente foi Roleta, que ainda passou por Léo Dalla em luta muito dura e fechou a categoria com Daniel Simões, outro que deu show de técnica ao finalizar o excelente Renato Ferro com um arm-lock na semifinal.

No absoluto, o destino preparava uma dose extra de emoção para o público. Por uma chave, Zé Mário passava fácil por seus adversários e chegava à final. Roleta, por sua vez, finalizava o pequeno guerreiro Vinícius Cruz, que com apenas 63 kg entrou de kamikaze na categoria. Na semifinal, a coisa se complicava: teria que encarar um Murilo Bustamante em busca de sua segunda e última chance de ser campeão mundial em 1998. Foi mais um lutão, disputado de igual para igual, só que mais uma vez a estrela de Roleta brilhou: após dez minutos de pau-pereira, o aluno de Carlinhos Gracie venceu por 3×1 nas vantagens (nos pontos foi 0x0). “Eu tô satisfeito com o campeonato, acho que as regras mudaram muito e também senti um pouco a falta de cancha de quimono, afinal estou há dois anos e meio sem competir, tenho treinado muito sem quimono, mas tô amarradão, feliz por participar dessa festa. Os garotos estão bem, mas eu to aí, voltei. Sou que nem o Zagallo: vão ter que me agüentar”, declarou Murilo após suas lutas.

Depois de perder para Roleta no super pesado (4×3 nas vantagens), Sperry venceu por uma vantagem na final do absoluto

Se no super-pesado a luta foi dura e polêmica, o que falar então da final do absoluto entre Zé Mário e Roleta? O resultado foi o mesmo, só que agora à favor de Zé Máquina: 0x0 nos pontos e 4×3 nas vantagens. Ambos afirmam que foram prejudicados pela arbitragem, Zé inclusive fala que Roleta bateu num relógio aplicado por ele na beira do tatame; Roleta diz que apenas avisou que o árbitro já tinha paralisado o combate. “O Paulo Caruso se precipitou. Na minha opinião, ganhei a luta”, declarou um tranquilo Roleta após o vice. “Acho que fui mais agressivo e mereci a vitória.”, rebateu Zé Mário.

ROYLER PEDE ANTIDOPING PARA LUTAR ABSOLUTO 

Outro fato que marcou o absoluto foi a ausência de feras como Royler Gracie, Saulo Ribeiro, Fábio Gurgel e Roberto Traven (campeão no pesadíssimo com uma atuação de gala, que culminou com uma tranquila vitória por 10×0 sobre John Machado). Um dos grandes destaques do absoluto no 2º Mundial, quando so perdeu para o campeão Bitetti, Royler preferiu focar na sua divisão em 98.  “Eu fui tricampeão na minha categoria, que vai até 67 kg apenas e resolvi não lutar o absoluto porque tinham falado que iria ter exame antidoping nesta categoria e acabaram mudando de ideia na última hora, afirmando que órgão oficial para se fazer este tipo de exame não tinha autorizado a realização do mesmo. Então eu preferi, juntamente com o Saulo, retirar nossos nomes. Eu já sou um cara leve; lutar com os pesados tudo bem, agora lutar com esses caras tomando todo tipo de medicamento, fica difícil mesmo. O Gurgel e o Traven também preferiram seguir o mesmo caminho, nada mais justo”, argumentou Royler.

Royler faturou o Tri ao vencer Vinicinho, Marco Aurélio, João Roque e Draculino na final

ROBINHO E ROYLER FATURAM O TRI

Não lutou o absoluto, mas deu show no peso e faturou o tri. Começou finalizando Vinícius Cruz com um arm-lock. Daí para frente as coisas ficaram mais difíceis, mas a experiência e a técnica de Royler acabaram prevalecendo. Contra o cearense Marco Aurélio, a vitória veio através de uma vantagem, decisiva para uma luta que terminou empatada por 0x0 nos pontos. Na semifinal contra João Roque, mais um 0x0. A luta foi disputada praticamente toda em pé e Royler acabou levando por 5×1 nas vantagens. 

Na final, contra Vinícius “Draculino” Magalhães, o Gracie venceu com uma bonita queda e conquistou o tri. Vinícius também teve excelente participação, foi muito agressivo em suas lutas e ainda derrotou adversários de nível como Tiago Asfora e Wagney Fabiano.

Robson Moura foi outro que conseguiu ganhar pela terceira vez um Mundial. Nas duas primeiras lutas, ganhou com extrema facilidade de bons adversários, finalizando rápido com movimentos sutis e surpreendentes. O vice, Fredson Alves, não fez por menos: finalizou Eminho na primeira luta e ganhou por pontos do duríssimo Ivanílson na semifinal. A final foi mais difícil, porém inteiramente dominada por Robinho, que raspou duas vezes (4×0) e ainda fez duas vantagens contra uma de Fredson. “Eu só tenho a agradecer ao Dedé, porque eu não tava indo treinar muito, tava sem tempo, mas ele ficou em cima me cobrando, me fez ir treinar e acabou dando certo”, declarou Robson.

LEOZINHO VENCE REVANCHE COM FEITOSA

Depois de uma final polêmica e muito contestada em 97, Leonardo Vieira e Márcio Feitosa voltaram a se enfrentar na final do preta leve neste 3º mundial. Leozinho lutou para frente o tempo todo, não teve medo de puxar Marcinho, que tinha fama de “inraspável”, para guarda, fez seu jogo e conseguiu uma suada vitória por 2×1 nas vantagens. Leozinho ainda quase raspou, mas o escore ficou mais uma vez no 0x0. Vale lembrar que no ano passado, Feitosa venceu Leozinho exatamente pelo mesmo placar. Maurício Mariano também teve excelente participação e só foi parado pelo campeão na semifinal (5×0). “Essa vitória eu já tava esperando desde o ano passado e graças a Deus ela veio. Dessa vez eu tentei me movimentar mais e deu certo. Eu tô sendo recompensado, porque treinar mais do que eu, ninguém treinou”, foram as palavras de Leonardo Vieira após a importante vitória.

A categoria mais disputada da preta foi o médio. Só para se ter uma ideia, o favorito Alexandre Paiva perdeu de cara para o cearense Guilherme Santos, que imprimiu seu ritmo, deu queda, passou duas vezes e ganhou por 8×0. Na final, o melhor atleta da academia Machado, Fernando Vasconcellos, levou a melhor sobre Zé Marcelo. Fernando deu uma baiana e ganhou por 2×0. Infelizmente, a categoria perdeu muito de seu brilho por causa da péssima arbitragem. A realidade é que em pelo menos três lutas, os árbitros tiveram uma fraca atuação, mudando totalmente o rumo dos acontecimentos. Indignação foi o que não faltou no tatame. Se a arbitragem atrapalhou o resultado do médio, nem que ela quisesse, faria o mesmo na categoria de cima, visto que os campeões (Rafael Corrêa e Antônio Shembri) deram show de técnica e finalizações. Rafael pegou Fernando Gurgel com um triângulo e Shembri finalizou David Maia (estrangulamento) e Rinaldo Santos (cervical). Rinaldo também teve boa participação, visto que estava há anos sem competir. Ganhou do duro Leandro Borgo e deu muito trabalho para Shembri, que finalizou quando faltavam apenas 50s para o término da luta.

Outro grande destaque foi o recém-promovido Marcelo Pereira no galo. Marcelinho finalizou seu companheiro de academia (que fez questão de lutar a final) Márcio Galvão com um forte estrangulamento.

MURILO RUPP VENCE ABSOLUTO MARROM 

Austregésilo Reis, Viktor Doria, Rodrigo Medeiros, Paulo Filho, Alexandre Zulu, Murilo Rupp, Marcelo Hertz, Phelippe Lira, “Minotauro”, Cláudio Moreno. Com nomes como esses, dá para imaginar um absoluto marrom mais sinistro? Impossível. Muitos tinham chance de ganhar, mas a honra coube a Murilo Rupp, atleta da academia Bolão. Rupp mostrou um Jiu-Jitsu seguro, consistente e progressivo, derrotando nomes como Viktor Doria (3×0), Rodrigo Medeiros (0x0, uma vantagem na frente) e na final, Phelippe Lira (3×0), excelente atleta de Teresópolis, que ganhara de Austregésilo Reis e Marcelo Hertz, entre outros.

Rodrigo Medeiros não levou o absoluto, mas não deixou escapar o título no peso (meio-pesado) ao derrotar Renato Miragaia na final. Jorge Patino, o “Macaco”, foi outro que lutou muito bem e terminou em terceiro, só tendo sido parado pelo campeão em luta muito parelha. “Ano passado eu fiquei em terceiro e terceiro só é bom para quem não tem chance de ser campeão. Então, posso dizer que eu tô muito feliz”.

Outro grande nome desse Mundial foi Bruno Fernandes, que a cada campeonato apresenta um desempenho melhor. Dessa vez, não fez por menos e derrotou por 10×0 o prodígio Daniel Christoph na final. Daniel começou com um ritmo muito forte e disparou nas vantagens, porém Bruno foi revertendo a situação aos poucos e acabou conseguindo um domínio total do combate. Grande vitória. Na categoria leve, o vencedor foi Suyan Queiróz, favorito ao título em virtude de suas últimas vitórias. Na final, aplicou uma boa raspagem no manauara Cristiano Ribeiro e segurou a vantagem até o fim, ganhando por 2×0. Cristiano, que ficou revoltado com a derrota, também teve um grande desempenho, derrotando feras como Gabriel Willcox (2×0) e Gustavo Muggiatti, este último finalizado com um arm-lock a 2s do fim, quando estava ganhando por 2×0. “Deus me ajudou muito, consegui chegar numa posição boa e realmente segurei até o final porque eu tava atrás do título mesmo. Joguei dentro da regra e consegui o título, isso é que é o importante”, declarou Suyan.

A Nova União foi uma das equipes com melhor presença na marrom, levando duas categorias para casa: o pluma e o pena. No pena, Leonardo Santos, Rodrigo Antônio (Nova União Campos) e Gustavo Dantas ganharam de difíceis adversários e fecharam o caixão. Na categoria de baixo, a Nova União também fechou com os atletas Marco “Lôro” e Aparecido “Bill”, só que o negócio foi ainda mais difícil do que no pena, basta ver o nome de alguns atletas derrotados neste peso: Sandro Santiago, Adriano Lúcio, Marcelo Ferreira, Kléber Gadelha, etc. Omar Salum, Marcel Ferreira (que fechou categoria com Paulo Filho), Cláudio Moreno e André Mendes completam a lista de campeões, vencendo as categorias galo, pesado, super-pesado e pesadíssimo respectivamente.

A PARTICIPAÇÃO GRACIE

Se qualquer atleta normal sofre fortes pressões para vencer, imaginem um Gracie. A história da família pesa e não deixa alternativas: é vencer ou vencer. Só que os tempos mudaram e a grande vantagem que os Gracies tinham – nascer no tatame não existe mais. Hoje, o Jiu-Jitsu é uma febre e qualquer mortal pode ter tantas horas de treino quanto um discípulo da família. A prova maior foi dada neste Mundial, onde só mesmo Royler, que não sabe o que é derrota há um bom tempo, manteve a invencibilidade, deixando para outros quatro representantes da família o amargo gosto da derrota.

Riron, filho de Rorion, perdeu de cara no juvenil azul por 16×0 para Felipe Pederneiras, aluno de Rillion. “O adversário amarrou muito, no meu campeonato ele não ganharia esta luta”, declarou o tio Royce após o combate. Rockson Gracie, filho de Rickson, lutou muito bem, mas perdeu para o vice-campeão Bruno Pereira pelo apertado placar de 2×0. A pressão natural que o garoto sofre é tanta que ele passou alguns minutos chorando. “Sou o Rockson, não o Rickson”, declarou no dia seguinte. Crosley Gracie, que vinha conquistando vários títulos, venceu grandes lutas, mas acabou perdendo para Rafael Dias no médio azul. Filho do falecido Rolls, considerado um dos lutadores mais técnicos da história do Jiu-Jitsu. Rolls estava fazendo um excelente Mundial, vencendo difíceis oponentes, mas perdeu a final do peso. No dia seguinte, voltou e, mais uma vez, com excelente atuação, garantiu lugar na final do absoluto, mas uma bate-estaca obrigou o juiz Marcus “Parrumpinha” DaMatta a desclassificá-lo. Rolls perdeu a cabeça e agrediu o atleta da Carlson gerando a maior confusão do Mundial. “Foi a maior covardia que eu já vi no Jiu-Jitsu. Ele aproveitou que eu tinha abaixado para amarrar o tênis, me deu um soco em pé e depois mais três no chão quando eu já estava grogue. Fiquei duas horas sem saber direito o que tinha me acontecido”, declarou Parrumpinha, que registrou queixa na 19a DP (Tijuca) e fez exame de corpo delito, entrando com um processo cível por danos morais e físicos, exigindo indenização. Rolls foi autuado em flagrante com testemunho: “Tomei esta atitude para que no futuro os árbitros tenham maior respaldo e possam trabalhar com tranqüilidade e segurança”, explicou Parrumpinha. O presidente da Confederação, Carlinhos Gracie, eliminou o atleta da competição na hora e ainda puniu a Academia Gracie Barra com a perda de vinte pontos.

ROXA: FERNANDO TERERÊ VENCE PESO E ABSOLUTO

Quantas vezes você já ouviu falar que o grande campeão é aquele que, além de talento, técnica, dedicação e raça, também tem estrela, aquele algo mais que não se consegue somente com esforço. E, neste Mundial, se teve alguém que demonstrou que tem estrela, foi Fernando “Tererê”, o mais novo faixa marrom do Jiu-Jitsu. Na sua categoria, o leve roxa, Tererê pegou adversários duríssimos, não teve moleza, mas confirmou seu favoritismo e foi campeão. Na final, derrotou Gilberto Paesler, da Gracie Humaitá, por 3×0. Agora, a estrela de Tererê brilhou mesmo foi no absoluto, categoria decisiva para o resultado final do evento. Tudo começou nas quartas de final na luta contra o lutador “Café”, da Academia Dojo. Tempo esgotado, o resultado indicava a derrota de Tererê por 2×0. Foi aí que Café pôs tudo a perder ao botar o joelho na barriga e encaixar um arm-lock, estalando o braço do atleta da Alliance. O árbitro Roberto Corrêa nem pensou duas vezes e desclassificou Café, que alegou não ter ouvido o apito indicando o final da luta. Na semifinal contra Rico Rodriguez, Tererê mostrou que estava realmente iluminado no dia: faltando trinta segundos, perdia por 15×0 para o gigante americano, quando com um rápido movimento, conseguiu ir para as costas, botar um gancho e encaixar um estrangulamento. Faltando apenas dez segundos, o golpe estava bem encaixado, mas o gringo resistia bem, só que naquela ânsia de escapar, deixou escorrer um pouco de saliva pelo canto da boca. O árbitro Bebeo achou que Rodriguez tinha apagado e parou o combate, dando a vitória para Tererê.

A torcida do galo levantou o Tijuca Tenis Clube nas lutas de Fernando Tererê

Na final mais polêmica do evento, Tererê perdia por uma vantagem para Rolls Gracie, quando encaixou um bonito triângulo. Vendo que estava difícil sair do golpe, o Gracie resolveu apelar e deu o famoso bate-estaca no peso leve. Foi então que, acertadamente,

Parrumpinha desclassificou Rolls, dando a vitória para o aluno de Alexandre Paiva e, por tabela, para a Equipe Alliance. Após levar sua torcida do Cantagalo a loucura, Tererê recebeu a faixa marrom no pódio. 

ALLIANCE VENCE MUNDIAL 

A disputa pelo título de grande campeã do adulto neste Mundial estava entre as academias Alliance e Gracie Barra. Quem vencesse a final do absoluto levava o título para casa. Como

Tererê ganhou, ganhou também a Alliance, que pela primeira vez terminou a competição como a grande campeã. No primeiro Mundial deu Gracie Barra e no segundo Nova União, daí comprova-se que há um equilíbrio muito grande entre as maiores equipes do país (as três citadas mais Carlson Gracie e Gama Filho), fato que só vem a valorizar a conquista da equipe de Fábio Gurgel, Leozinho e cia.

Além de Tererê, outros destaques foram Gabriel Vella, Fredson Paixão, André Bastos e Ricardo Arona. O primeiro é treinado por Ryan Gracie e mostrou técnica bem acima da média ao vencer a categoria até 79 kg. Na final, derrotou Bruno Bastos com uma linda passagem de guarda. Fredson provou que não tem mais o que fazer na faixa roxa e garantiu o peso pluma ao derrotar por 5×0 o atleta Marco “Australiano” na final. Na verdade, a luta deveria ter sido 5×2, mas o árbitro, inexplicavelmente, deixou de dar uma raspagem claríssima para Australiano. A luta mais difícil de Fredson foi nas quartas de final, quando derrotou o excelente André Motta por 3×2 (uma passagem contra uma raspagem). O terceiro faturou o pena ao derrotar por 11×0 na final, num verdadeiro show de inversões partindo da meia-guarda, o judoca Gabriel Cardoso. Ricardo mostrou que evoluiu muito seu jogo para campeonato, mostrou muita desenvoltura em suas lutas e sagrou-se campeão no meio-pesado. Completam a lista de campeões os atletas Ricardo Vieira (galo), Erick Wanderley (pesado), Carlos Alberto Santos (super-pesado) e Cláudio Godói (pesadíssimo).

A ESTREIA DE BJ PENN DE FAIXA AZUL

Mais uma vez eles invadiram nossa praia. Americanos, franceses, japoneses, alemães, canadenses, havaianos, australianos e suecos aportaram em nossos tatames dispostos a dar trabalho aos brazucas, e o que é mais importante: levar medalhas para casa. O Japão, mesmo sem o seu maior representante, o faixa marrom Yuki Nakai, que não pode comparecer, pois acabara de inaugurar sua própria academia em Tóquio, foi muito bem representado por Toshiyuki Sato. Após alguns meses treinando com Leozinho e Gurgel em Sampa, Toshiyuki chegou na competição com a corda toda: venceu dois brasileiros de cara, finalizando na seqüência o francês Raphaël Schimitz, faixa preta de Judô e Sambô, que também tinha dado um verdadeiro show de quedas e chaves de pé em suas duas primeiras lutas. “Vim aqui para aprender com os brasileiros e acabei finalizado por um japonês”, disse o simpático francês, reconhecendo a superioridade técnica do oponente e agradecendo o apoio da torcida brasileira que o apelidou de “Zidane”. Na semifinal, porém, o japinha não teve a mesma sorte, perdendo para o campeão João Vitorino.

Entre os americanos os grandes destaques foram os irmãos havaianos Jay Dee Penn (ou BJ) e Reagan Penn. Reagan levou o ouro no leve, e BJ que só perdeu na final para João Vitorino da Nova União. 

No ano seguinte, 1999, BJ voltaria já de faixa marrom e só perderia para o campeão Fernando Tererê na semifinal, faturando a medalha de bronze. Em 2000 BJ competiria de faixa preta e se consagraria como primeiro não brasileiro a faturar a medalha de ouro na faixa preta, feito que o levaria ao MMA estreando no UFC 31 no ano subsequente.  

Representando Ralph Gracie, BJ Penn foi vice campeão na pena azul e seu irmão Reagan foi campeão no leve. O mais velho só não competiu porque estava contundido

GRINGOS REVOLTADOS: “VENCER AQUI, SÓ FINALIZANDO” 

“Aqui no Brasil tenho que imaginar que começo a luta perdendo por 5 pontos”. Com esta declaração, o wrestler Rico Rodriguez, campeão em 1997 (azul absoluto), resumiu toda a sua revolta com a arbitragem, que segundo ele o prejudicou nas duas categorias que competiu. Na semi do peso, Rico encaixou uma guilhotina fora da área de luta no paulista Cláudio Godói e o juiz Rolker Gracie parou o combate. Rico obedeceu, mas quando viu que Godói continuava fazendo força, voltou a apertar o golpe. Rolker desclassificou-o na hora. A revolta foi amenizada pela possibilidade de vencer no absoluto. Mas a sorte não estava mesmo ao seu lado. Em nova semi, quando faltavam 30 segundos para a luta terminar e vencia por 15×0, Tererê lhe encaixou um estrangulamento e o árbitro Bebeo paralisou o combate quando faltavam apenas 10 segundos para que o gringo chegasse à final. “Ele parecia estar dormindo, achei melhor interromper”, justificou o juiz. “Não bati, isso é um absurdo. Gastei U$ 3 mil para vir lutar e fui prejudicado duas vezes. Para vencer no Brasil, só finalizando. Aqui, os árbitros treinam Jiu-Jitsu, estando, por isso, ligados a alguma academia. Nos EUA, no Wrestling, os treinadores não conhecem os árbitros. No Brasil estão os melhores lutadores do mundo, mas esta competição só será respeitada mundialmente quando os árbitros forem neutros”, declarou Rico.

JUVENIL ESTREÍA COM DOMINIO DA NOVA UNIÃO

Pela primeira vez num Mundial tivemos a disputa na categoria juvenil. A realidade é que nos dois primeiros mundiais os juvenis eram sempre sacrificados, já que quando conseguiam passar as seletivas internas das academias e lutar, tinham sempre que encarar os adultos na corrida pelo pódio. Em 98, a coisa ficou mais justa. A Equipe Nova União foi a grande campeã da categoria, faturando simplesmente quatro das dez categorias em disputa. Enquanto Gilberto Santos e Rafael Barros fechavam o galo, Marcel Fernandes e Bruno Pereira faziam o mesmo no pena. Agora, os grandes destaques da Nova União foram mesmo os atletas Marcelino Freitas, que deu show no pluma ao ganhar todas as suas lutas por finalização ou larga margem de pontos, e Thiago Fernandes, campeão incontestável do leve e terceiro no absoluto, apesar de ter apenas 64 kg. Também não podemos deixar de citar o atleta Francisco Fernandes, que fechou o absoluto com Carlos Alexandre para a Gracie Barra e, principalmente, o campeão do médio, Daniel Moraes, da Gracie Humaitá, que mostrou muita técnica e vibração em suas lutas, vencendo atletas do porte de Rafael Castello Branco (vice) e Diego Asenjo. “Eu sei que sou campeão mundial, mas não dá para ficar achando que tô bom, porque vêm outros campeonatos por aí e o negócio é treinar sempre para buscar novas vitórias”, declarou, amarradão com o título, Daniel Moraes, que também recebeu a faixa roxa das mãos de seu professor. Merecido.

A ESTREIA DAS MENINAS EM MUNDIAIS 

Assim como no juvenil, esta foi a primeira vez que tivemos o feminino num Mundial, o que acabou sendo uma grata surpresa, pois o nível técnico das disputas foi excelente, até porque as meninas resolveram se inscrever em massa para a competição, praticamente todas as top estavam lá. Divididas em apenas duas categorias (leve e pesado) e botando frente à frente atletas da azul à preta, a disputa foi intensa e emocionante. Na categoria leve, a grande campeã foi a faixa roxa Taís Ramos, da Academia Brigadeiro. Taís derrotou a favorita Daniela Paiva na final. No peso de cima, a experiência e a tarimba da judoca faixa preta Rosângela Conceição falaram mais alto e ela acabou ganhando o título e botando a equipe Gama Filho como a melhor entre as mulheres. Agora, a luta que mais chamou a atenção do público foi entre a faixa roxa Janaína Ventura e a faixa marrom Leca Vieira. Não só pela bela disputa, mas também pela polêmica que a mesma gerou. Janaína dominava a luta, quando de repente virou para o árbitro e reclamou que sua adversária mordera sua mão. Paulo Caruso (o árbitro) olhou e prontamente paralisou o combate. Nisso, as duas se desentenderam e acabaram discutindo. Para não estragar o espetáculo, Caruso reiniciou a luta, que acabou com a vitória de Janaína pelo placar de 9×0. Inexplicavelmente, Aloísio Silva, técnico de Leca, invadiu o tatame e puxou (debaixo de vaias) sua aluna pelo braço, antes que fosse anunciado o resultado final. “A luta foi moleza. Pelo marketing que ela tem, eu esperava muito mais dela”, declarou uma tranqüila Janaína após a poeira baixar. “O Aloísio é uma pessoa muito boa, foi tudo uma questão de momento, ele tava de cabeça quente”, declarou Manimal, professor de Janaína. Após o Mundial, procuramos a lutadora Leca para que ela pudesse dar as suas explicações, só que a mesma se negou a dar declarações.

TABELA DO 3º MUNDIAL DE JIU-JITSU 

 

FEMININO

Leve – 

1 Tais Ramos (Brigadeiro)

2 Daniela Paiva (Alliance)

3 Bianca Barreto (Forma Fit)

3 Mariana Coelho (Equipe 3)

 

Pesado – 

1*Rosangela Conceição (UGF)

2 Alessandra Tiola (Alliance)

3″ Andréa Silva (Leão Dourado)

3 Cristiane Pereira (Nova União)

 

AZUL JUVENIL

 

Galo

1° Gilberto Santos (Nova União)

2° Rafael Barros (Nova União)

3″ Wilton Júnior (UGF)

3 Arlisson Mello (NV Manaus)

 

Pluma

 

1 Marcelino Freitas (Nova União)

2° Calvin Júnior (Saporito)

3º Alan Silveira (NV Manaus)

3 Carlos Eduardo (Nova União Campos)

 

Pena

 

1 Marcel Fernandes (Nova União)

2 Bruno Pereira (Nova União Campos)

3º Wagner Ferreira (NV Manaus)

3° Igor Souto (Gracie Barra)

 

Leve

 

1° Tiago Fernandes (Nova União)

2º Dang Kish Welyson (Equipe 3)

3º  Bruno Monteiro (Carlson Gracie)

3º Rafael Pastorelli (Hércules Adrenalina)

 

Médio – (12)

 

1º Daniel Moraes (Gracie Humaitá)

2º Rafael Castello Branco (Alliance)

3º Diego Asenjo (UGF)

3º Andre Júlio (Gracie Tijuca)

 

Meio-Pesado

1 Eduardo Cavalcanti (UGF)

2 Ronaldo Santos (UGF)

3° Toni Lima (Rillion Gracie)

3 Leonardo Macedo (UGF-Nova Geração)

 

Pesado

 

1° Francisco Santoro (Ataide Júnior)

2 Fabrício Monteiro (Pit Bull)

3 Daniel Real (Carlson Gracie)

3″ Luiz Roberto Arruda (Formula)

 

Super-Pesado

 

1 Vitor Pimenta (Carlson Gracie)

2º Rafael da Rosa (Carlson Gracie)

3º Rodrigo Manara (Roberto Lage)

3º Sanderglaisson (Monteiro)

 

Pesadíssimo

 

1º Mauro Jorge (Fernando Cruz AABB)

2 Lucas Sanches (Carlson Gracie)

3 Eduardo Ramos (Alliance))

3 Alan Machado (Alliance)

 

Absoluto

 

1 Francisco Fernandes (Gracie Barra)

2 Carlos Alexandre (Gracie Barra)

3 Tiago Fernandes (Nova União)

3 Bernardo Fucks (Gracie Humaitá)

 

AZUL

 

Galo

 

1 Bruno Sena (Nova União)

2 Zacharias Neto (Gracie Humaitá)

3 Bibiano Fernandes (Equipe 3)

3º Bernardo Pitel (Nova União)

 

Pluma

 

1º Márcio Maia (UGF)

2º Ramon Lemos (Nova União)

3 Rafael Nogueira (UGF)

3º Mauricio Castanheiras (Nova União)

 

Pena

 

1João Vitorino (Nova União)

2 Jay Penn (Ralph Gracie)

3º José Nogueira (UGF)

3º Toshiyuki Sato (Alliance)

 

Leve

 

Reagan Penn (Ralph Gracle)

2 Daniel Dias (Gracie Humaita)

3º Alberto Krain (Gracie Barra)

3° Vitor Pastorelli (Hércules Adrenalina)

 

Médio

 

1° Délson Raimundo (Pit Bull)

2 Gustavo Santos (Gracie Barra)

3 Tiago Oliveira (Castro)

3° Hugo Caroni (Crolin Gracie)

 

Meio-Pesado

 

1º Mark Kompaneyts (Beverly Hills JJ Club)

2 Gabriel feio (Carlson Gracie Lagos)

3° Pedro Damasceno (Welton Ribeiro)

3 Márcio Cruz (Gracie Barra BH)

 

Pesado

 

1 Pedro Alves (Gracie Humaitá)

2 Travis Latter (Machado USA)

3″ Adalberto Júnior (Carlson Gracie)

3 Tim Burrel (Machado USA)

 

Super-Pesado

 

1 Matheus Miranda (Alliance)

2 Maximiliano Carrion (Carison Gracie)

3 Rodrigo Munduruca (Murgel Behring)

3 Guilherme Gazinelli (Gracie Barra)

 

Pesadíssimo

 

1 Alex Negao (Carlson Gracie)

2 Claudio Daniel (AFC DF)

3 Ricardo Martins (Gracie Tijuca)

3 Fernando António (Nova União)


Absoluto

 

1 Matheus Miranda (Alliance)

2° Cláudio Dantel (AFC DF)

3 Alex Negão (Carlson Gracie)

3° Adalberto Júnior (Carlson Gracie)

 

ROXA

 

Galo

 

1° Ricardo Vieira (Alliance)

2° Vinicius Gayva (Bolão)

3 André Soares (Carlson Gracie)

3° Amois Lira (Gracie Humaitá)

 

Pluma

 

1º Fredson Paixão (Equipe 3)

2 Marco Melo (Nova União)

3″ Rivaldo Júnior (Gracie Humaitá)

3 Felipe Costa (Alliance)

 

Pena-(14)

 

1ºAndré Bastos (Nova União)

2 Gabriel Cardoso (Alliance)

3° André Crispin (Gracie Barra)

3 William Couto (Monteiro)

 

Leve – (13)

1°Fernando Tereré (Alliance)

2 Gilberto Paesler (Gracie Humaitá)

3° Rodrigo Pinheiro (Equipe 3)

3° Alex Oliveira (Nova União)

 

Médio

 

1° Gabriel Vella (Gracie SP)

2° Bruno Bastos (Nova União)

3 Renato Silva (Gracie Barra)

3 Marcos Vale (Gracie Humaitá)

 

Meio-Pesado

 

1 Ricardo Arona (Carlson Gracie)

2 Fernando Marques (Castro)

3 Everaldo Penco (UCF)

3º Fernando”Margarida” Pontes (Fórmula)

 

Pesado

 

1° Erick Wanderley (Gracie Barra)

2º Fábio Leopoldo (Gracie SP)

3 Cristiano Resende (UGF)

3 Daniel Cardoso (Saporito)

 

Super-Pesado – (9)

 

1 Carlos Alberto Santos (Carlson Gracie)

2 Rolls Gracie (Gracie Barra)

3 Alexandro Dantas (Dojo)

3 Aurelio Fernandes (Nova Uniao)

 

Pesadíssimo

 

1 Cláudio Godói (Godél Macaco)

2 Rodrigo Poderoso (Salutar Behring)

3 Rico Rodriguez (Gracie Barra)

3 Roger Alexandre (Alliance)

 

Absoluto

 

1°Fernando Tereré (Alliance)

2 Atleta desclassificado

3 Rico Rodriguez (Gracie Barra)

8° Leonardo Silva (Alliance)

 

MARROM

 

Galo

 

1°Omar Salum (Gracie Humaitá)

2 Max Sabino (Nova Uniao)

3 Sérgio Torres (Nova Uniao)

3 Daniel Carneiro (Gracie Barra)

 

Pluma – (22)

1ºAparecido Farias (Nova Uniño)

2º Marco Aurélio (Nova União)

3 Alexandre Izidro (Equipe 3)

3 Marcelo Ferreira (Carlson Gracie)

 

Pena – (1)

 

1° Leonardo Santos (Nova União)

2 Gustavo Dantas (Nova União)

3 Rodrigo António (Nova União Campos

3 Marcelo Amaral (Roberto Lage)

 

Leve (19)

1 Suyan Queiris (Carlson Gracie)

2 Cristiano Ribeiro (Gracie Humaitá)

3º António Sérgio (Brazilian Fight)

3 Gustavo Muggiatti (Gracie Barra)

 

Médio – (20)

 

1″ Bruno Pernandes (Gracie Barra)

2 Daniel Christoph (Saporito)

3 Marco Aurélio (Brazilian Fight)

3° Francisco Mello (Nova União)

 

Meio-Pesado (21)

 

1° Rodrigo Medeiros (Alliance)

2 Renato Miragaia (Gracie Barra)

3 Jorge Patino (Godói Macaco)

3 Joel Vasconcelos (Gracie Humaitá)

 

Pesado (15)

 

1 Marcel Ferreira (Carlson Gracie)

2° Paulo Filho (Carlson Gracie)

3 Bruno Ewald (Gracie Humaitá)

3 Marcos Moraes (Gracie Humaitá)

 

Super-Pesado – (16)

 

1 Cláudio Moreno (Alliance)

2 Kai Garcia (Gracie Humaitá)

3 Alexandre Baraúna (De La Riva)

3 Alexandre Dantas (Alliance)

 

Pesadíssimo (17)

1ºAndré Mendes (Carlson Gracie)

2 Paulo Cour (Gracie Barra)

3 Jose Mário (Alliance)

3 Marcos Shiffer (Godói Macaco)

 

Absoluto – (18)

1 Murilo Rupp (Bolão)

2 Phelippe Lira (Pit Bull)

3 Rodrigo Medeiros (Alliance)

3 Marcelo Hertz (Bolão)

 

PRETA

 

Galo

 

1 Marcelo Pereira (Nova União)

2 Márcio Galvão (Nova União)

3 Luis Sérgio (Carlson Gracie)

 

Pluma (7)

 

1° Robson Moura (Nova União)

2 Fredson Alves (Gracie Humaitá)

3º Luis Renato (Gracie Humaitá)

3 Ivanilson Silva (Nova União)

 

Pena (5)

 

1 Royler Gracie (Gracie Humaitá)

2° Vinicius Magalhães (Gracie Barra)

3 João Roque (Nova União)

3 Wagney Fabiano (Nova União)

 

Leve – (6)

 

1º Leonardo Vieira (Alliance)

2º Márcio Feitosa (Gracie Barra)

3 Mauricio Mariano (Gracie Barra)

3ª Luiz Felipe Costa (Alliance)

 

Médio – (3)

 

1°Fernando Vasconcellos (Gracie Barra)

2 José Marcelo (Bolão)

3º André Cândido (Nova União)

3º Guilherme Santos (Nova União)

 

Meio-Pesado (2)

 

1 Rafael Correa (Gracie Barra)

2 Antonio Shembri (Gracie Barra)

3 Fernando Gurgel (Alliance)

3 Rinaldo Santos (Carlson Gracie)

 

Pesado

 

1 Saulo Ribeiro (Gracie Humaitá)

2º Fábio Gurgel (Alliance)

3º Murilo Bustamante (Carlson Gracie)

3 Bruno Severiano (Gracie Barra)

 

Super-Pesado

 

1° Roberto Magalhães (Gracie Barra)

2 Daniel Simões (Gracie Barra)

3 Leonardo Dalla (Jorge Pereira)

3 Renato Ferro (Bolão)

Pesadíssimo – (8)

 

1 Roberto Traven (Alliance)

2 John Machado (Gracie Barra)

3°Otávio Duarte (Jorge Pereira)

3º Luís Guilherme (Jorge Pereira)

 

Absoluto – (4)

 

1º José Mário (Carlson Gracie)

2 Roberto Magalhães (Gracie Barra)

3 David Maia (Machado USA)

3 Murilo Bustamante (Carlson Gracie)

 

RESULTADO FINAL:

 

Feminino:

1 UGF

2 Brigadeiro

3 Alliance

 

Juvenil:

1º Nova União

2 Carlson Gracie

3 UGF

 

Adulto:

1º Alliance

2º Nova União

3 Carlson Gracie