Em incentivo, empresa libera lutador semanas antes de competição para treinar e paga salários integralmente

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Wallace Lopes se divide entre lutador e operador de CFTV - Foto: Divulgação
Wallace Lopes se divide entre lutador e operador de CFTV – Foto: Divulgação

Ser um lutador profissional de MMA no Brasil não é uma tarefa fácil. Não apenas pela dedicação e disciplina necessária, mas pelo alto custo para se manter no esporte se comparado à bolsa paga pelos eventos nacionais. Durante uma preparação, as despesas mensais mínimas de um atleta costumam girar em torno de R$ 1 mil – distribuídos entre academia, médico, fisioterapeuta, nutricionista e suplementos alimentares. Em contrapartida, o valor arrecadado para subir no ringue, em média, não ultrapassa os R$ 1,5 mil. Ou seja, a conta não fecha.

Como alternativa, muitos lutadores recorrem à empregos informais para ajudar nas despesas e manter o sonho de um contrato internacional vivo. Em outros casos, contam com a boa vontade de empresários para apostarem nas suas carreiras. Com Wallace Lopes foi o meio termo. O lutador carioca, de 23 anos, conseguiu um trabalho como operador de CFTV na Delta Rio Service, empresa do Rio de Janeiro especializada em administração condominial, e encontrou no local o apoio necessário para seguir focado na luta. 

“Sou muito grato a Delta Rio, o Heitor (Pennafort, CEO da Delta Rio Service) me dá o apoio necessário que eu preciso para seguir sonhando. Seria muito difícil me manter focado sem essa moral, porque a rotina de treinos de um lutador é muito pesada. Aqui eu consigo conciliar bem trabalho e treino”, explica Wallace Lopes, uma das revelações do MMA brasileiro. 

O apoio ao qual Wallace se refere acontece nas semanas anteriores às lutas marcadas. Na fase final de preparação, ele é liberado do trabalho para focar exclusivamente nos treinamentos sem que o seu salário seja descontado. A ideia partiu do próprio dono da empresa, que já acompanhava a trajetória do lutador.  

“Eu sempre soube que o Wallace era um atleta de alto rendimento. A minha maior motivação foi vê-lo se esforçar em prol dos seus ideais. Isto é algo valioso nos jovens, pois sei que poucos empresários investem no MMA. Gostaríamos de poder ajudar ainda mais e sei que no futuro poderemos, mas sabemos que para ele essa parceria já significa muito. Esperamos que esse apoio seja importante para a construção de uma carreira vencedora”, afirma Heitor Pennafort, CEO da Delta Rio Service.  

“Esperamos que no futuro, com o crescimento da empresa, a gente possa apoiar ainda mais esportistas de forma mais incisiva. Independente de serem funcionário ou não. Acreditamos muito no valor do esporte na vida das pessoas e para a sociedade, e vamos seguir ajudando da forma que pudermos”, completa.