Shooto Brasil Solidariedade: retorno tem chuva de nocautes e novo campeão

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Rangel Anaconda faturou título dos super-leves - Foto: Marcell Fagundes
Rangel Anaconda faturou título dos super-leves – Foto: Marcell Fagundes

O Shooto Brasil voltou. E teve chuva de nocautes. Neste domingo, dia 26 de julho, a organização retornou após quatro meses de inatividade com um evento bem diferente do habitual. Com um rígido protocolo de prevenção contra o coronavírus, elaborado em conjunto com a CABMMA (Comissão Atlética Brasileira de MMA), o evento realizou um card com dez lutas, na ViVi Arena, no Rio de Janeiro. No main event da noite, o campeão Fabrício Negão encarou Thiago Manchinha e levou a pior após desclassificação por uma joelhada ilegal. O duelo não valia o cinturão dos leves (até 70,3kg) por conta da falha de Manchinha na pesagem. Já no co-main event, Rangel Anaconda bateu Ary Santos e faturou o título dos super-leves (até 74kg). O card contou ainda com outras oito lutas.

O Shooto Brasil Solidariedade recebeu esse nome por conta de uma ação que consiste na arrecadação de cestas básicas para diversas comunidades carentes do Rio de Janeiro afetadas pela pandemia. Liderada diretamente pelo presidente do Shooto Brasil, Dedé Pederneiras, forneceu a conta do Instituto André Pederneiras para as doações com a devida prestação de contas nos canais oficiais do Shooto.

Dentro do ringue as duas lutas principais da noite valeriam título. No main event, o atual campeão dos leves (até 70,3kg) Fabrício Negão encarou o ex-campeão Thiago Manchinha, mas o desafiante ultrapassou cerca de 600g o limite de 70,3kg da divisão. Assim o duelo não valia mais cinturão. E Fabrício parecia mostrar porque era o campeão ao começar melhor na luta e quase acabar com ela depois de knockdown no início do round. Manchinha resistiu e faltando exato um segundo para terminar o primeiro assalto sofreu um golpe ilegal de Fabrício. A joelhada ilegal fez com que Manchinha não voltasse para o duelo, assim ele foi declarado vencedor por conta da desclassificação de Fabrício, que segue como campeão.

No co-main event, Ary Santos e Rangel Anaconda se encararam pelo cinturão dos super-leves (até 74kg), mas Ary também estourou 900g o limite da divisão e o confronto só valia cinturão em caso de vitória de Rangel. E foi o que aconteceu. A luta começou bastante equilibrada, com Rangel conectando golpes precisos e Ary trabalhando o contragolpe. Porém, ao tentar um golpe conhecido como bate-estaca, Santos acabou perdendo a consciência na queda e a luta chegou ao fim, com vitória de Rangel por nocaute. Assim, o paraense é o novo dono do títulos dos super-leves.

O card contou ainda com outras oito lutas. No duelo que antecedeu os dois principais da noite, Adercino Marmita, irmão do ex-TUF Ismael Marmota, protagonizou um lindo nocaute sobre Victor Romero. Os demais destaques ficaram por conta de Victor Buldoguinho, Leandro Mun-Rá, Keweny Leão e Tina Black. Enquanto o primeiro teve atuação avassaladora e nocauteou Wilherson Jackson ainda no assalto inicial, o segundo deu um show de arte suave e finalizou Diego Barcellos no primeiro round com uma chave de braço.

Quem também tirou onda foi Keweny Leão, que protagonizou um belo nocaute sobre Jaciel Lima após sequência no ground and pound ainda no round inicial. Já na única luta feminina da noite, Tina Black fez bonito ao nocautear Karen Thalita no primeiro round depois de linda sequência em pé. Outros vencedores da noite foram Renan de Oliveira, Cleiver Fernandes e Wendel Almeida.

Rígido protocolo de prevenção marca primeiro evento após início da pandemia

Para o Shooto Brasil poder retomar suas atividades foi necessário a elaboração de um rígido protocolo de prevenção contra a COVID-19. Junto com a CABMMA, a organização impôs diversas regras para a realização do evento. Todos os atletas envolvidos no evento foram testados com teste rápido no dia e local da pesagem, que aconteceu também na ViVi Arena, no sábado, dia 25. Assim como os lutadores, seu corners também fizeram os testes. Apenas este integrante pôde acompanhar o atleta durante o evento, exceto na duas lutas pelo cinturão em que foi permitida a participação de dois corners. A organização também passou por testes.

Todos os atletas, corners e demais envolvidos no evento foram obrigados a usar máscaras, tanto na pesagem quanto no evento. A CABMMA forneceu esse equipamento aos atletas e seus corners no dia da pesagem. O lutador só pôde retirar a marcada na hora de subir no cage. O ambiente também foi constantemente higienizado e os vestiários e corners tinham marcações no chão para respeitar o distanciamento social. Além disso, os membros das equipes foram orientados a retirar quaisquer adereços como anéis, pulseiras, cordões, brincos e relógios. Também não houve entrada de nenhum tipo de público, nem imprensa. Apenas a equipe de transmissão reduzida do Canal Combate.

Shooto Brasil Solidariedade – Resultados oficiais

Thiago Manchinha venceu Fabrício Negão por desclassificação aos 4min e 59seg do primeiro round

Rangel Anaconda venceu Ary Santos por nocaute a 1min e 53seg do primeiro round

Adercino Marmita venceu Victor Romero por nocaute a 1min e 51 seg do primeiro round

Wendel Almeida venceu Felipe Selvagem por decisão unânime

Cleiver Fernandes venceu Pedro Martins por decisão unânime

Victor Bulldoguinho venceu Wilherson Jackson por nocaute técnico aos 3min e 49seg do primeiro round

Leandro Mun-Rá finalizou Diego Barcelos com uma chave de braço aos 3min e 03seg do primeiro round

Renan de Oliveira venceu Luiz Felipe Lopes por decisão unânime

Keweny Leão venceu Jaciel Lima por nocaute aos 3min e 20seg do primeiro round

Tina Black venceu Karen Thalita por nocaute técnico aos 2min e 12seg do primeiro round