Treinador da Chute Boxe mostra animação com desafios de Jennifer Maia e John Allan no UFC: ‘Divisor de águas’ 

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Atletas da Chute Boxe em Curitiba, Jennifer Maia e John Allan têm importantes desafios pelo Ultimate. A lutadora peso-mosca vai disputar o cinturão da categoria no dia 21 de novembro, em duelo contra a campeã Valentina Shevchenko, válido pelo UFC 255, enquanto John Allan, após um período de mais de um ano sem lutar, retornar à organização com dois duelos em sequência: primeiro contra o experiente Ed Herman, no UFC Fight Night 177, agendado para o próximo dia 12 de setembro, e depois contra Roman Dolidze, no mesmo card em que sua companheira de equipe, Jennifer, vai lutar.

A preparação de ambos está a todo vapor na Chute Boxe, celeiro de grandes nomes das artes marciais e, para saber mais sobre o camp de Jennifer e John, nossa reportagem conversou com Ed Monstro, um dos responsáveis por “afiar” o jogo das feras da equipe. Treinador de Muay Thai, Jiu-Jitsu e MMA na academia, o professor falou com animação sobre o que espera dos seus atletas visando seus respectivos confrontos no Ultimate.

“Eu vejo o John fazendo um grande retorno, vencendo essa primeira luta (contra o Ed Herman) e todo mundo olhando para ele de uma forma diferente. No dia 21 de novembro, dia em que ele e a Jennifer estarão no mesmo card, eu vejo o John fazendo uma grande luta de novo (contra o Roman Dolidze), crescendo na organização e o pessoal vendo que está chegando um novo atleta meio-pesado para fazer um trabalho diferente dos outros. Sobre a Jennifer, com todo o respeito que a gente tem pela Valentina, eu acho que vai fazer uma luta de igual para igual. Se a gente colocar em prática tudo o que está sendo feito nos treinamentos, vamos sair com esse cinturão”, projetou.

Veja a entrevista com Ed Monstro na íntegra:

– Como foi sua trajetória nas artes marciais e como iniciou sua carreira como treinador?

Eu comecei treinando, fazendo o Muay Thai em si e virei lutador mesmo no dia em que estava acontecendo um torneio chamado Storm GP e eu estava na arquibancada, assistindo às lutas. Precisaram de um cara para fazer a luta reserva, mas esse duelo não aconteceu, eu fui direto fazer a final contra um atleta chamado Edson Drago, que era da Brazilian Top Team na época, daí eu saí da arquibancada e fui campeão do primeiro Storm GP de peso-pesado. Fiz várias lutas depois, fui para o MMA, mas como eu comecei um pouco mais tarde, na época emendei vitórias e algumas derrotas. Ao mesmo tempo, comecei a dar aulas e comecei a me destacar. Comecei a colocar meus atletas em eventos pequenos e fui me destacando como treinador no cenário regional, e vi também que estava gostando muito de ser treinador. Acho que minha maior virtude é sempre querer aprender algo novo, sempre em busca da evolução em várias áreas, é isso que procuro passar aos meus alunos.

– Como você analisa essa disputa de cinturão da Jennifer Maia contra a Valentina?

Eu estudo muito as lutas dos adversários e procuro juntar conhecimentos de especialistas de algumas modalidades, tendo a humildade de pegar o que tem de bom em cada coisa, seja no Jiu-Jitsu, Boxe, Wrestling, Muay Thai. Eu consigo absorver o que tem de melhor nessas áreas para deixar a Jennifer capaz de vencer a Valentina. A luta contra Valentina é um divisor de águas. A Jennifer ainda não tinha conseguido soltar um pouco do que ela pode no UFC, na última luta ela conseguiu, mas ela tem muito mais a mostrar ainda. Com muito trabalho e humildade, vamos conseguir fazer uma grande luta.

– Qual você considera que é a principal estratégia para derrotar a campeã?

Nossa estratégia é lutar de igual para igual com a Valentina, seja em pé, na grade ou no chão. O maior erro de todas que vão lutar com a Valentina é só ver esse ‘déficit’ dela de costas no chão. Seria muito simples fazer isso (colocar Valentina por baixo), a questão é como fazer da melhor maneira. Ela já tem todas as defesas para evitar isso, ela se defende muito bem. O primeiro fator para lutar e superar a Valentina é frustrá-la um pouco no que ela é boa. Se ela sentir que na trocação, talvez, a luta esteja de igual para igual, ela possa perder a segurança em outros fatores que ela seja inferior. Eu já vi e estudei todas as lutas da Valentina e a vi poucas vezes de costas para o chão, e ela lutou com muitas atletas do Wrestling. Seria muito fácil pensar só em botar ela pra baixo, mas precisamos jogar de igual pra igual na trocação para, depois, pensar nisso.

– O John Allan ficou um ano sem lutar e agora já retorna com duas lutas no UFC. Como foi esse período sem lutas para ele?

Foi um período muito bom, porque ele evoluiu muito nesse tempo sem lutar, eu não vejo como um ano parado ou inativo. A gente aceitou duas lutas consecutivas no UFC, com dois adversários diferentes, e isso já é uma forma de mostrar a nossa evolução e o nosso trabalho. Quando ele fizer a primeira luta (em setembro), todos vão ver que o John está em um nível diferente, que é outro cara. Ele vai mostrar nessa categoria que é um atleta muito versátil e talentoso.

– Por fim, como você visualiza a trajetória de ambos na organização?

Eu vejo o John fazendo um grande retorno, vencendo essa primeira luta e todo mundo olhando para ele de uma forma diferente. No dia 21 de novembro, dia em que ele e a Jennifer estarão no mesmo card, eu vejo o John fazendo uma grande luta de novo, crescendo na organização e o pessoal vendo que está chegando um novo atleta meio-pesado para fazer um trabalho diferente dos outros. Sobre a Jennifer, com todo o respeito que a gente tem pela Valentina, eu acho que vai fazer uma luta de igual para igual. Se a gente colocar em prática tudo o que está sendo feito nos treinamentos, vamos sair com esse cinturão e concretizar que estamos formando uma nova geração de vencedores na Chute Boxe.