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Anderson Silva abriu o jogo em entrevista a Junior Coimbra, filho do ídolo do Flamengo Zico. Em quase 1 hora de bate-papo, o ex-campeão do UFC relembrou histórias marcantes de sua carreira e comentou alguns temas atuais, como o rigor da USADA. Para ele, a proibição do Tratamento de Reposição de Testosterona deveria ser revista.
“A entrada da USADA no UFC para controlar essa situação do doping, ao meu ver, foi bom, mas acaba atrapalhando. O MMA não é um esporte comum como os outros, ele exige do atleta o treino de luta, o treino físico, outras inúmeras valências técnicas que ele tem que manter, é lesão etc.”, disse Spider. “Nenhum atleta pode estar no dia da luta se aproveitando de alguma situação, mas eles tinham que rever isso. É muita lesão, muito atleta se machucando, muita luta sendo cancelada por conta dos atletas estarem se machucando. Tem alguns atletas que têm que fazer uso da reposição hormonal. Se a USADA regulamentasse isso, a gente teria um esporte de ainda mais alto nível, com atletas que pararam de lutar, como por exemplo o Vitor, até eu mesmo. Eu nunca fiz a reposição, mas tem atletas que realmente precisam, mais velhos, como o Dan Henderson. Atletas que pararam por conta disso. Você toma tylenol, você pode cair no doping; você toma aspirina, você pode cair no doping. Não sou contra a USADA, mas tinha que ter uma certa complacência ao que pode e não pode.”
A entrevista foi gravada antes do anuncio da luta entre Anderson Silva x Israel Adesanya, que acontece no dia 9 de fevereiro. Curiosamente, Spider criticou o UFC por supostamente usar os grandes ídolos como escada para as promessas.
“A gente não pode entrar nesse jogo do UFC de querer usar as lendas para promover os garotos novos, isso não existe. Entra na fila aí, cara; igual a você tem milhares. A gente não tem problema de lutar com nenhum desses garotos, a gente só quer ser respeitado por tudo que a gente já fez dentro desse esporte”, frisou. “O UFC tem muito essa coisa de querer os novos talentos que não têm esse carisma com os atletas antigos que têm o carisma e souberam fazer com que a máquina andasse, o que é o que os moleques de hoje não conseguem fazer. Eles chegam lá, lutam, fazem luta boa, mas na hora de abrir a boca só falam besteira, aí não ganha o carisma do público.”