O boxe brasileiro segue imparável nos Jogos Pan-americanos do Chile. Com o encerramento dos combates nesta quarta-feira, 23, a seleção chegou a 20 vitórias em 21 lutas na competição. E, claro, isso se reflete em mais medalhas garantidas, mas também em duas vagas olímpicas. Beatriz Ferreira e Jucielen Romeu são as primeiras atletas da modalidade classificadas para Paris-2024.
Atual vice-campeã olímpica, Bia Ferreira conquistou a primeira vaga para Paris-2024 com autoridade. A bicampeã mundial derrotou a costarriquenha Pamela Sanchez por nocaute técnico, nesta quarta-feira (25), e garantiu vaga na semifinal da categoria até 60kg dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.
“Estou muito feliz e aliviada. Queria estar muito em Paris e agora estou tranquila. Essa é a primeira de muitas, porque a gente vai voltar com excesso de bagagem, com muitas medalhas e muita classificação. Confia! Mas o foco continua, quero buscar o bicampeonato aqui e vou lutar até o fim”, falou Bia logo após a prova.
Além da vaga olímpica, Bia Ferreira já garantiu também uma medalha no Pan, uma vez que não há disputa de terceiro lugar no boxe. Ela já havia medalhado em Lima-2019, conquistando um ouro na ocasião. Portanto, busca o bicampeonato da competição. A brasileira enfrentará a norte-americana Jajaira Gonzalez, campeã olímpica da juventude de 2014, na semifinal.
JUCIELEN ROMEU EM PARIS-2024
Depois de Bia Ferreira carimbar o passaporte para os próximos Jogos Olímpicos ainda pela manhã, à tarde foi a vez de Jucielen Romeu vencer Daisy Hoang, do Peru, por decisão unânime dos juízes, avançar para as semifinais da categoria 57kg e garantir uma medalha em Santiago 2023 e a vaga nos próximos Jogos Olímpicos. Mas ela ainda não está totalmente satisfeita.
“Estou muito feliz porque conquistei metade do propósito, que é a vaga olímpica. Sigo em busca do ouro. Estava muito bem preparada: assisti a uma luta dela, estudei. Em cima do ringue, fiz o jogo que eu trabalhei para ser feito, com calma e técnica, e deu tudo certo”, comentou a pugilista natural de Rio Claro (SP). Nas semifinais, ela enfrenta Omailyn Segovia, da Venezuela.
“Quanto mais a gente avança, mais difícil fica. Agora é com a venezuelana, uma atleta forte, experiente, vai ser equilibrado. Mas eu confio em mim, tenho totais condições de avançar para a final e ser campeã”, completou Juci.
YURI FALCÃO GARANTE MEDALHA
Quem também se garantiu nas semifinais e, consequentemente, no pódio foi Yuri Falcão (63.5kg). Também por decisão unânime dos juízes, o sobrinho de Esquiva e Yamaguchi derrotou Samuel Cabrales, de El Salvador.
“Foi uma luta dura como já era esperado, mas sempre estive confiante porque estava bem treinado. Fiz vários campings de treinamento na Itália, na Espanha, na Colômbia. O primeiro objetivo era conseguir a medalha e, agora, é ir atrás da classificação olímpica que, se Deus quiser, vai vir”, disse Yuri.
BRASIL EM 12 SEMIFINAIS
Todas as semifinais serão disputadas nesta quinta-feira, a partir das 11h, e o Brasil estará em 12 das 13 que serão disputadas. Tatiane Chagas (54kg), Bia Ferreira (60kg), Viviane Pereira (75kg), Luiz Oliveira (57kg) e Keno Machado (92kg) lutam no bloco da manhã. Já à tarde, começando às 17h, fazem as semifinais Caroline Almeida (50kg), Michael Douglas (51kg), Jucielen Romeu (57kg), Yuri Falcão (63.5kg), Barbara Santos (66kg), Wanderley Pereira (80kg) e Abner Teixeira (+92kg). Depois do Brasil, o país com mais semifinalistas são Canadá, Colômbia e Estados Unidos com seis cada um.
“É resultado de muito trabalho, principalmente em equipe. Somos muito unidos e isso faz a diferença. Treinamos juntos, comemos juntos, treinamos duro um com o outro. O nível vai subindo porque com a Bia ganhando, o Abner ganhando, o Keno ganhando, isso vai motivando e o crescimento é em conjunto. Eu fico muito feliz com isso”, disse Mateus Alves, treinador-chefe da seleção de boxe.
A melhor campanha do Brasil no boxe em Jogos Pan-americanos foi em São Paulo 1963 com 9 medalhas, sendo três de ouro, cinco de prata e uma de bronze.