*por Marcelo Alonso
O Brasil pode ter um reforço de peso no MMA em médio prazo. Após ter confirmada sua pena de dois anos de suspensão por doping (pelo broncodilatador fenoterol) pela Corte Arbitral do Esporte, a campeã olímpica Rafaela Silva, que perdeu sua medalha de ouro do Pan-Americano Lima 2019 e teria que ficar fora de competições oficiais de Judô até 2022, perdendo a chance de defender seu título olímpico (até 57kg) em Tóquio, surpreendeu ao aparecer na academia de Joilton Peregrino na última quarta no shopping Vogue Square na Barra da Tijuca.
O lutador do UFC Cláudio Hanniball, que estava presente e puxou a primeira manopla para a atleta, se disse impressionado com a habilidade da campeã olímpica.
“Ela tem um foco sinistro, muita determinação e aprende rápido demais. Um campeão mundial e olímpico é um ser diferenciado. Não tenho dúvidas que ela vai trazer mais títulos para o Brasil, só que agora no MMA”, disse Hannibal.
Segundo Joilton Peregrino, quem a levou para sua academia foi seu preparador físico, Alex Souto Maior, que também treina a judoca.
“Ela fechou uma parceria com a minha equipe e vai passar a treinar todos os dias conosco. A idéia é ela fazer a estréia no MMA num evento interno que pretendo fazer daqui a alguns meses na minha academia”, revelou Peregrino, já em camp para estrear no GP dos pesos leves do PFL no dia 23 de abril, que conta ainda com Anthony Pettis e o bicampeão Nathan Shulte. O vencedor vai faturar 1 milhão de dólares.
Flávio Canto defendeu Rafaela da acusação de doping
Há algumas semanas, durante o Resenha PVT, o judoca e comentarista do SPORTV Flávio Canto já havia mostrado preocupação com a condenação da atleta descoberta por seu mestre Geraldo Bernardes no Instituto Reação. Flavio havia inclusive criticado abertamente o exagero da pena, até pelo histórico da atleta, pela quantidade da droga encontrada no teste, que deixava absolutamente claro que não houve dolo na ação.
Pega no exame antidoping durante os Jogos Pan-Americanos de 2019, Rafaela foi punida com dois anos exclusão e entrou com um recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS) para tentar a redução. No dia 10 de setembro último foi realizado o julgamento através de videoconferência, no qual a pena foi mantida, com a judoca não podendo brigar pela manutenção do título nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A CAS também decidiu retirar as medalhas conquistas no Mundial de 2019: bronze no individual e o bronze por equipes. Mas a Corte Arbitral do Esporte não aceitou o recurso da Federação Internacional de Judô (FIJ) para aumentar a pena de Rafaela Silva para quatro anos.
Tentamos contato com Rafaela Silva, mas por conta do processo ainda em andamento a atleta optou por ainda não se pronunciar oficialmente. Mas o fato é que já iniciou a rotina de treinos na nova modalidade e, como nos revelou Peregrino com exclusividade, já está planejando estrear ainda em 2021, se juntando a Henry Cejudo, Kayla Harrison, Kevin Jackson, Kenny Monday, Satoshi Ishii, Mark Schultz, Karam Gaber, Rulon Gardner, Makoto Takimoto e Hidehiko Yoshida no seleto grupo de campeões olímpicos que migraram para o MMA.