Ex-lutador de Vale Tudo roda o Brasil ensinando defesa pessoal voltada ao armamento policial

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Luiz Charneski roda o Brasil ministrando seminários para policiais - Foto: Divulgação
Luiz Charneski roda o Brasil ministrando seminários para policiais – Foto: Divulgação

Faixa-preta de José Pelé Landi, o brasileiro Luiz Charneski desenvolveu um método de defesa pessoal visando a proteção do armamento por parte de policiais. De acordo com o ex-lutador de Vale Tudo, que rodou quase todos os estados do Brasil – falta apenas Roraima – ministrando seminários para as policiais de elite, o programa revolucionou o treinamento de defesa pessoal voltado ao controle do armamento. Ao PVT, ele enviou um texto explicou a ideia. Confira na íntegra: 

“Retenção e contra retenção de armamento: até aonde podemos dizer que nosso treino está sendo útil para a defesa pessoal policial? Até que ponto uma arte marcial lhe beneficiará nessa situação? Tendo treinado com mais de milhares de praticantes da nobre arte, dentre eles, vários campeões mundiais, posso dizer que o treinamento de retenção e contra retenção em conjunto com as diferentes técnicas de diferentes artes marciais nos trouxe grande embasamento para a criação de nosso método. A situação, quando envolve uma arma de fogo, altera-se por completo, já que, se quisermos usar apenas de movimentos e golpes única e exclusivamente da arte marcial, podemos perder o controle do armamento. Um faixa preta de Jiu-jítsu, por exemplo, poderia buscar algum ataque comum, como um estrangulamento, ou mesmo uma chave de braços, que poderiam ser fatais se deixássemos de controlar o aparelho (arma), e isso lança o debate (produtivo) de como se deve reagir.

Esse debate, muitas vezes ‘achismo’, seria até funcional se desse errado em uma posição mal encaixada, porque poderia continuar o combate. Mas, lembre-se que, neste caso, se fizermos o que achamos que é certo e isso der errado, podemos perder o controle parcial (não necessariamente perderia o total) da arma, e isso poderia ser fatal, ou levar o agressor a ter uma vantagem que seria, talvez, não o controle de uma posição em si, mas o controle da sua vida. Na prática, o melhor a se fazer nessa ‘crise’ é proteger sua arma, não perdê-la, não ser varrido por seu cano, pois anatomicamente isso pode ser fatal. Desta forma, algumas máximas que são muito úteis para as artes marciais, como, por exemplo ‘nunca dê as costas para seu oponente’, aqui não são viáveis.

Portanto, o que devemos fazer quando estarmos lutando pela arma? Devemos usar primeiramente nosso condicionamento marcial? Anos de luta praticados? Ou devemos nos adaptar à situação ali imposta?

Só poderemos saber disso de um única maneira, simples e funcional: TREINANDO. Espero todos vocês na brita, onde todas nossas dúvidas serão esclarecidas! Agradeço a cada dia a vocês, faixas-pretas de todo país e mundo que participam de nossos treinos, porque a evolução desse treino ajudará a poupar muitas vidas ceifadas de nossos irmãos e irmãs policiais em todo nosso país. Obrigado por poder contar sempre com os senhores (as). Serei eternamente grato.”

Texto de Luiz Charneski e Fabiano Vismara, faixa-preta 3 graus da academia Ryan Gracie.