Com um ótimo emprego na Presidência da República, no qual ocupava um cargo no gabinete de segurança institucional em Brasília, no Distrito Federal, Vitor Côrte, 28 anos, sentia que o propósito de sua vida era outro, pois ele sempre teve vontade de viver o Jiu-Jitsu em tempo integral. Foi então que o hoje faixa-preta da Gracie Barra tomou uma atitude que mudaria sua vida para sempre.
“Eu tinha uma rotina bem desafiadora e tinha que conciliar isso com meus treinos de Jiu-Jitsu. Na época em que trabalhava, eu tinha que dirigir duas horas entre o trabalho e a Gracie Barra Ocidental, onde fui formado da faixa-branca até a preta, para treinar Jiu-Jitsu duas vezes por dia, além da preparação física. Era bem desgastante para mim, mas sempre acreditei que um dia iria viver só com o Jiu-Jitsu e que o processo no final daria certo. Pouca gente sabia que eu trabalhava no gabinete de segurança institucional, na Presidência da República, antes de ter o Jiu-Jitsu como parte profissional na minha vida”, conta Vitor, que hoje se dedica ao esporte em 100%.
Colecionador de medalhas da IBJJF (International Brazilian Jiu-Jitsu Federation), Vitor acumula títulos nos campeonatoS Sul-Brasileiro, Paris Open e Salvador Open, além de ter mais 30 medalhas de ouro nos campeonatos do Centro Oeste de Jiu-Jitsu. As suas conquistas e a forma de desenvolver seu estilo de jogo levaram o brasileiro a viajar ao redor do mundo para lutar.
“Todo meu esforço está sendo recompensado. Eu já viajei para diversos países e hoje estou aqui, nos Estados Unidos, onde passei um período treinando na Gracie Barra South Austin, comandada pelo professor Alexandre Dande . Mas, agora, olhando para trás, eu vejo que valeu a pena a decisão de trocar meu trabalho formal pelo Jiu-Jitsu, das vezes que não desisti mesmo tendo operado os dois joelhos de uma vez só… Já realizei boa parte dos meus sonhos, mas ainda quero bem mais. Meu professor Allan Andrade sempre falou para treinar e nunca desistir que um dia as portas iram se abrir, foi o que eu fiz. Graças a essas palavras, hoje sou realizado”, diz Vitor, faixa-preta há 3 anos.
O atleta ainda aproveitou para analisar a principal diferença entre o Jiu-Jitsu no Brasil e o Jiu-Jitsu nos Estados Unidos.
“Não tem nem como comparar o Jiu-Jitsu nos Estados Unidos, porque aqui todo mundo valoriza a arte marcial. Aqui você é respeitado e valorizado pelo que você faz. Quando você fala que é atleta de Jiu-Jitsu brasileiro, as pessoas respondem com admiração e te veem com bons olhos. Já no Brasil, por exemplo, sempre perguntam com o que você trabalha de verdade”, reflete.