Presença constante em eventos do UFC no Brasil, grupo de fãs ganha reconhecimento de lutadores e até de Dana White

0
246
Selfie da vitória já virou tradição entre brasileiros - Foto: Divulgação
Selfie da vitória já virou tradição entre brasileiros – Foto: Divulgação

Em esportes como o Futebol, por exemplo, é comum ver torcedores uniformizados em grupos. Em contrapartida, no MMA, é difícil presenciar tal cena. Ou pelo menos era. Inicialmente criado com o nome “Loucos por UFC” – atualmente “Loucos” -, o grupo liderado por André Pires (presidente) e Elisan Brasil (vice-presidente) já virou presença constante em eventos do Ultimate no Brasil e, para encontrá-los, é muito fácil: estão sempre nas primeiras fileiras da arena, vestindo camisetas com a caricatura dos sete membros originais.

Tudo teve início no ano de 2016. Como os atuais componentes sempre estavam presentes em edições do UFC no Brasil, começaram a se aproximar, conversar sobre o MMA e, diante disso, surgiu a ideia de criar um grupo no WhatsApp, como conta o carioca André, escrevente de cartório e sócio de um escritório de advocacia, que já esteve presente em 35 dos 37 cards do Ultimate no país, além de já ter marcado presença em sete eventos internacionais.

“Criamos inicialmente um grupo de WhatsApp em 2016 entre os sete membros iniciais para nos comunicar e trocar informações. Por irmos em tantos eventos, a gente acabou conhecendo outras pessoas que tinham o mesmo interesse no esporte. No UFC de Curitiba, a gente ficou hospedado no mesmo hotel dos atletas, por coincidência, e tinham outros fãs. Fizemos um grupo no WhatsApp, com o nome ‘Loucos por UFC’. O grupo foi crescendo a cada evento que comparecíamos, onde conhecemos novas pessoas. No UFC Rio (Aldo x Holloway), a gente sentiu a necessidade de organizar mais ainda o grupo, porque começamos a fazer camisetas para o grupo, para que a gente fosse uniformizado para a arena. Também demos a camisa para alguns atletas. Com isso, criamos algumas regras para que não virasse uma bagunça, para que o grupo fosse mais organizado. Nós escolhemos uma diretoria (presidente e vice-presidente) e um diretor financeiro. Começamos a conversar e surgiu a ideia de criar essa ‘torcida organizada”, contou, prosseguindo em seguida.

“Nós não temos desconto em ingressos, só que temos a vantagem de conseguir um bom lugar em todos os eventos que comparecemos. O Vip Experience (ingresso mais caro em eventos do UFC) proporciona diversas ações com os fãs, até mesmo subir no octógono antes do início do evento. Eles também proporcionam uma experiência que é inesquecível: o fã entra no octógono com direito a música, é filmado por uma câmera profissional, entra no octógono e é apresentado como se fosse, de fato, um atleta do UFC. Depois, nos mandam a gravação para ficarmos como recordação”.

O grupo no WhatsApp conta, atualmente, com quase 100 membros. Além disso, o “Loucos” tem representantes em diversos estados do Brasil e em outros países. A presença dos integrantes já se tornou tão marcante nos eventos que até mesmo os atletas do Ultimate fazem questão de confraternizar com os componentes a cada edição. Outro grande apoiador do “movimento”, Rodrigo Minotauro, atual embaixador do UFC, fez questão de elogiar os “loucos”.

“Já virou tradição: todo lutador que sai do octógono hoje em dia, vai tirar foto com eles. O UFC faz homenagens para eles, jantares. É um grupo muito seleto de fãs. É uma torcida organizada do MMA. Vão para o Uruguai, Chiles, diversos países… Cada um faz, em média, duas a três viagens internacionais por ano e é muito legal ter um grupo de fãs assim. É um trabalho diferenciado realizado por eles. O próprio UFC é muito ligado aos fãs, afinal, são eles que fazem tudo acontecer. E esse grupo em específico está espalhado em diversas partes do Brasil, estão em todos os eventos do Ultimate no país, já se encontraram e tiraram fotos com diversos lutadores”, disse a lenda do MMA.

Confira abaixo a entrevista com o presidente André Pires:

– Como funciona a organização do grupo?

Temos uma diretoria, administração, temos regras no WhatsApp e no Instagram, assim como nos eventos, de como agir e se comportar. Em relação a ir aos eventos, eu que organizo, geralmente. A gente toma conhecimento do hotel que os atletas vão ficar, e daí tentamos ficar no mesmo hotel, ou o mais próximo possível, e por isso temos algumas regras muito rígidas, até para que a gente não atrapalhe o desenvolver do evento e do atleta. A gente não para o atleta enquanto ele está perdendo peso, entre outras coisas do tipo. Eu também providencio a compra de todos os ingressos, fazemos a compra juntos. Mando um e-mail dizendo quantos ingressos eu quero, o UFC os separa, efetuamos o pagamento, e na hora do evento, eu retiro os ingressos na bilheteria e divido para o grupo. O meu grupo, provavelmente, é o que compra a maior quantidade de ingressos juntos, e a maioria dos nossos ingressos são VIPs, e é a melhor experiência que o fã pode ter. A gente consegue os melhores lugares, sempre estamos na primeira, segunda e terceira fileiras, já temos um lugar que preferimos, que é o lado que os atletas descem do octógono. A gente também sempre sorteia ingressos para um novo seguidor do grupo ou a quem se interessa pelo que fazemos. No evento de São Paulo, em novembro, sorteamos sete ingressos para seguidores do nosso Instagram e eles participaram do evento junto com a gente.

Declaração de Elisan Brasil: “Fazer parte da família Loucos é uma honra. Muito importante poder dividir e estar com pessoas que amam o MMA, que são fãs como a gente. Cada dia mais o grupo vai crescendo, encontrando novos ‘loucos’ e acho isso muito legal. Temos ‘loucos’ pelo mundo inteiro (risos). Agradeço muito ao staff do UFC, principalmente os diretores do UFC Brasil, e ao embaixador Rodrigo Minotauro, que tanto faz pelos fãs. A gente recebe muito reconhecimento por parte do UFC, já participamos até de almoços com os atletas e o staff do Ultimate. Isso é muito gratificante e nos deixa muito felizes e honrados”.

– Comunicação entre os membros e reconhecimento dos atletas e do UFC

Nossa comunicação é pelo WhatsApp, onde temos um grupo de quase 100 pessoas. Não é qualquer um que entra, precisa ter ido para algum evento, ter encontrado com a gente, e aí vemos se o cara realmente é fã e se comporta bem, porque temos uma série de regras. Meu grande objetivo é usar esse grupo para a gente se aproximar dos atletas, dos nossos ídolos, e isso tem acontecido. No começo, éramos pequenos, mas hoje em dia, os atletas vêm até nós. Tem uma hashtag que temos, o #UFCSelfiedaVitoria, onde um atleta vence, e quando ele desce, vem direto na gente para poder fazer a selfie da vitória e nós publicamos. Isso já virou a marca, os atletas falam até mesmo antes da luta (risos). É muito legal ter esse reconhecimento dos atletas e até mesmo do UFC, principalmente pelo Minotauro, que é um grande apoiador do grupo. O Dana White também já nos encontrou e disse que somos o maior grupo de fãs do UFC no mundo.

– Momentos mais marcantes

Meu momento mais marcante foi quando estive presente no evento de 25 anos do UFC, ao lado do Dan Severn e do Rodrigo Minotauro. Além disso, o Dana White veio nos cumprimentar e foi difícil até de segurar a emoção, só quem é fã mesmo entende. Outro momento inesquecível foi no UFC Chile. O atleta Michel Trator já nos conhecia e, quando ele saiu da arena, prestou continência, como sempre faz, apontou para mim e me deu a camiseta que estava usando. Eu tenho essa camiseta guardada até hoje, com o sangue da vitória, guardo com muito carinho. Eu já ganhei muitas coisas incríveis, mas o que tem mais valor é o nosso grupo, a família que nós formamos.

– Eventos na ‘ilha da luta’ em julho

Nosso objetivo, um sonho nosso, era estar presente na ‘ilha da luta’, poder assistir aos 26 brasileiros que vão nos representar nesses eventos. Mas, infelizmente, a gente não consegue ir, porque não é permitida a entrada. Mas todo o nosso grupo estará ligado, serão mais de 100 televisões ligadas (risos). Estaremos torcendo demais pelos nossos guerreiros.