Wanderlei Silva marcou a história dos fãs de MMA nos anos 90 por sua agressividade, mas nessa quinta-feira o público carioca conheceu um outro lado do “Cachorro Louco”. Ao ser anunciado pela jornalista Ana Hissa e entrar na passarela montada na Vivi Arena com a música “Sand Storm”, que marcou sua carreira no Pride, o lutador se emocionou ao ser aplaudido de pé pelo público e relembrar, ao microfone, momentos marcantes de sua história.
Ao avistar o grande ícone da Luta-Livre Eugênio Tadeu, Wanderlei apontou para ele e revelou: “Obrigado, mestre. Sua luta (em 91 contra Wallid) foi o primeiro Vale-Tudo que vi na vida”. E chorou ao relembrar quantos atletas confessaram que começaram a lutar inspirados por suas lutas.
Além de admiradores e fãs, estavam presentes até ex-rivais da BTT, como Carlão Barreto e Bebeo Duarte. “Confesso que se fosse há 15 anos seria impossível eu estar nesta fila de autógrafos; ainda mais aqui no Rio. Certamente estaria em casa torcendo para chover muito e o evento ser cancelado. Mas hoje a gente consegue entender o quão saudável foi aquela rivalidade para o esporte. Não poderia deixar de vir prestigiar o Wanderlei”, reconheceu Bebeo Duarte, terminando seu depoimento com um sonoro grito de guerra da equipe rival, “Heeeeyyyyy”, e sua clássica gargalhada.
Já Carlão, que chegou a receber dois duros tapas nas costas do árbitro Wanderlei em uma luta sua no Meca 6 (2002) foi um dos que teve a recepção mais calorosas por parte do autor, que fez questão de se desculpar e abraçá-lo várias vezes. “Wanderlei é um dos maiores ícones da história deste esporte. Não é preciso ser fã de MMA para admirá-lo. Ele, Minotauro e Anderson transcendem o esporte”, declarou Barreto.
O campeão do povo José Aldo também fez questão de prestigiar o amigo, revelando que Wanderlei foi uma das grandes inspirações do início de sua carreira. “Este cara sempre foi um exemplo para todo atleta que entra para definir a luta. Ele inspirou a minha geração e vai continuar inspirando as futuras”.
Até o humorista Rey Bianchi apareceu para assinar seu livro e, após fazer o ídolo gargalhar com uma imitação em sua homenagem, “O Cachorro Louco”, fez questão de agradecer a Wanderlei pelas noites em claro que passou para vê-lo levantando o nome do Brasil no Pride.
Outro grande nome da geração de Wanderlei Silva presente ao evento foi o ex-campeão do Shooto Alexandre Pequeno. Ao lado do seu Mestre Eugênio Tadeu, Pequeno relembrou os tempos em que era considerado o maior peso-pena do mundo e o homenageado da noite era considerado o maior do mundo até 93kg. “Vivemos os anos dourados do esporte. Eu fui campeão do Shooto de 99 a 2005 e o Wanderlei foi campeão do Pride de 2001 e 2007. Ele sem dúvida foi uma grande inspiração para todos nós”.
E por falar em inspiração, Eugênio Tadeu também se revelou surpreso ao descobrir nas palavras do próprio Cachorro Louco que serviu de inspiração para o Mr. Pride. “É muito gratificante ouvir isso de uma lenda do esporte como o Wanderlei. Na realidade a minha geração e do Ruas trouxe o chute e o soco, com defesa de queda e chão para o MMA, e a dele deu continuidade”.
O EPISÓDIO DO NOCAUTE DO CRAZY HORSE
Nas 166 páginas do livro “Sem Coleira”, Wanderlei narra os momentos mais marcantes de sua carreira em primeira pessoa. Com a ajuda dos Ghost Writers Thiago Parijani e Luis Henrique Gurian, a lenda revelou episódios inéditos de sua infância, trouxe detalhes curiosos dos bastidores após se transformar num ícone mundial celebrado por Sheiks, estrelas de Hollywood e até populares de Guam.
Wanderlei também esclareceu em definitivo histórias nebulosas de sua trajetória como o episódio em que perdoou Chael Sonnen no meio da luta e também a história, até então proibida na Chute Boxe, do nocaute “na crocodilagem” que sofreu do americano Crazy Horse no vestiário do Pride a poucos segundos da revanche com o arqui-rival Ricardo Arona. Esta vencida por Wanderlei.
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